domingo, 30 de agosto de 2009

Bate,bate, bate coração















Em pesquisa recente na França, sociólogos constataram que, apesar de se dizer que a família e o casal estão acabando e que as pessoas se ligam de maneira instável e desengajada às outras, os europeus consideram a família,o amor e os filhos, os critérios principais para felicidade. Quase 80% dos adultos sexualmente ativos no último ano tiveram menos de dois parceiros sexuais. E, ninguém desiste após uma separação de encontrar um novo amor, embora já se considere que ele pode não ser eterno. Porém, quanto mais durar, melhor... Para estes sociólogos e pesquisadores, os valores ligados no afeto e na família não desapareceram, apenas estão se tornando diferentes e mais diversificados. Segundo o filósofo francês Gilles Lipovetsky, o coração do homem pós-moderno não parou de bater, apenas bate em outro ritmo.
Para refletir no domingo...

domingo, 23 de agosto de 2009

RECORDAÇÕES

Recebemos hoje no blog, um comentário de uma pessoa que fez parte de um do nossos grupos de adolescentes.Essa presença me provocou uma viagem no tempo, fiquei pensando no ano de 1997 , ano em que tudo começou. Depois de um grupo que fizemos com pais de adolescentes, sentimos que este não abrangia tudo, que ficavam faltando peças como num "quebra cabeça" incompleto. Alguns daqueles pais eram separados e só um deles ia ao gupo, falavam de suas dificuldades em lidar com filhos e se sentiam confusos. Como agir? Eram pais preocupados, com um desejo genuíno de acertar. Mas se colocavam como únicos responsáveis para resolver tudo. Ficava faltando alguma coisa....
Foi lidando com o que faltava, que demos os primeiros passos para fazer os grupos de mães, adolescentes e pais que passaram pelo processo do divórcio. Eram as vozes que não tinham sido ouvidas. Foi nessa ordem que começamos a trabalhar.
Vivemos momentos de uma riqueza incomum, aprendemos muito com todos, cada um tinha uma contribuição inestimável a nos dar . Vimos a força de um grupo, que, praticamente nós que os "coordenávamos", ficávamos mais periféricas e eles, os participantes, eram os atores principais, os especialistas. Nossa função era pequena, só para dar o start.
Um grupo se auto regula, se alimenta, se cuida e é muito potente para promover trocas e mudanças. É emocionte ver os resultados alcançados por grupos, quando várias vozes se unem com um objetivo comum de ajuda e transformação.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

OS AVÓS

O impacto da separação numa família não fica restrito ao pai, à mãe e aos filhos e sim a todo um sistema mais amplo, do qual fazem parte os avós. Segundo pesquisas e também a partir do que podemos observar, depois dos pais e filhos, os avós são os membros da família mais afetados neste momento da vida.
Antes, durante e após o divórcio os avós podem ter um papel importante de apoio emocional aos netos, fazendo-lhes companhia, funcionando como um porto seguro e sendo um elo de ligação com o resto da família. Assim como, podem também oferecer um apoio de ordem prática, neste momento em que são necessários novos arranjos.
Em 15 de julho de 2009 a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o projeto de lei nº692, que garante o direito de visita aos netos por parte dos avós.
"O projeto determina que quando um dos pais se opuser à visita dos avós aos netos, o Juiz decidirá sobre a conveniência e oportunidade dessas visitas, baseado no interesse da criança e do adolescente."
A nosso ver, esse projeto é de suma relevância para facilitar a volta a uma vida de normalidade, pensando no bem estar dessas crianças e adolescentes.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Algumas especificidades de gênero


Fazendo agora há pouco uma pesquisa bibliográfica sobre gênero e divórcio encontrei algumas informações que achei interessantes postar para refletir e conversar sobre elas. Por exemplo, os homens em pesquisa do psicólogo Bernardo Jablonski, publicada em 2003, pensam o casamento mais como a formação de uma família do que para as mulheres, para as quais o casamento significa mais uma relação amorosa. Para eles o sentimento mais pregnante na separação é a culpa por deixar os filhos e não poder manter o padrão de vida deles além da perda do cotidiano com os filhos. Para as mulheres o sentimento associado à separação mais frequentemente é o de solidão e sobrecarga com as tarefas dos filhos e administração do lar.
As mulheres cujos pais se separaram tem a probabilidade quase duas vezes maior de separarem-se também. O mesmo não acontece com os homens. As mulheres são as mais insatisfeitas com o formato do casamento que não é tão igualitário como dizem que é em termos das responsabilidades domésticas e com os filhos do casal. Tal situação se repete na separação. A mulher relata mais stress do que os homens.
Bem, essas são as estatísticas e, embora dentro de uma pesquisa feita por profissionais sérios e competentes, nunca podemos generalizar totalmente. Por isso incluí estas informações como reflexões.
Inclua também as suas por aqui.

sábado, 15 de agosto de 2009

ADOLESCÊNCIA E DIVÓRCIO

Nos grupos que realizamos com adolescentes uma das queixas, mais constantes, era não ter que assumir nenhum dos lados na separação dos pais. Que estes evitassem falar mal um do outro, pois a briga não era deles e sim do casal parental. Os adolescentes se sentem em conflito, quando ouvem algum comentário desabonador a respeito de um dos pais e não querem ser desleais a nenhum dos dois.
Um outro pedido era para que os pais evitassem se comunicar através dos filhos, que consideram um papel desagradável e constrangedor, principalmente assuntos ligados a aumento ou diminuição de pensão, mudança de visitação etc...
Algumas vezes os adolescentes se acham responsáveis pela separação dos pais, porque estão dando muito trabalho, saíndo muito, dormindo muito, estudando pouco. Podemos compreender suas aflições pois os pais reclamam de seu comportamento, o colégio faz reuniões constantes com os pais. Mas percebemos pela nossa experiência, que um casal se separa quando o amor termina e não porque os filhos estão incomodando.
Por seu lado, as garotas que desde crianças se mostram pequenas mãezinhas, tendem nesta hora a assumir os cuidados com os irmãos, sejam os menores ou os mais velhos. Com esta atitude podem se sentir mais desgastadas, sobrecarregadas e assumindo um papel que pertence ao mundo adulto.
As meninas se deparam, algumas vezes, com mães ainda muito jovens que querem se vestir como elas, frequentar os mesmos lugares e fazer os mesmos programas.
Alguma ideia de como a adolescente pode lidar com suas mães, para ver seu espaço preservado?
Até um outro momento.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

AD+OLESCERE=ADOLESCÊNCIA=CRESCER PARA

Hoje fomos convidadas a dar um breve depoimento sobre adolescentes e divórcio, para uma revista dirigida à essa faixa etária. Só então, me dei conta do quão pouco tinhamos escrito aqui no nosso blog, especialmente para eles.
Resolvi me redimir e vamos lá.
A adolescência é uma fase intermediária entre a infancia e a fase adulta.
Óbvio não? Sim , mas não tão simples como pode se pensar a primeira vista.
É uma fase que as forças estão canalizadas para as descobertas de potências, da busca de autonomia e de desenvolvimento pessoal= crescer para.
Não é pouca coisa, vai exigir muito trabalho até que os adolescentes se sintam mais fortes na construção de sua identidade. São muitos os caminhos a serem percorridos para serem bem sucedidos nesta empreitada.
Quando então, suas energias estão concentradas em si mesmos , podem, sem aviso prévio, ter que viver o divórcio de seus pais. Fica tudo mais difícil. Como se dividir entre crescer e viver situações que desconhecem como a da separação vivida pelos pais.
O divórcio pode trazer mudanças que implicam em ter que mudar de casa, de bairro, de escola, de cidade, distanciar-se do cotidiano dos amigos.
À fase de descobertas somam-se adaptações a uma nova forma de viver.
Nesse momento os pais podem colaborar, dando segurança, mostrando que o amor dos pais é mais forte que a separação do casal. E os adolescentes, por sua vez, devem procurar alguém mais experiente com quem possam compartilhar suas dúvidas, medos, ameaças e recursos.
Continua...

sábado, 8 de agosto de 2009

A PATERNIDADE HOJE

O papel exercido pelos pais sofreu grandes mudanças nos últimos tempos, em nossa sociedade
As tarefas de cuidado com os filhos eram geralmente atribuidas às mães, cabendo aos pais o papel de prover a casa.
Com a entrada das mulheres no mercado de trabalho, as tarefas ligadas aos filhos, tiveram que ser divididas com pais.Outros fatores foram importantes nesta mudança, o aumento do número de divórcios, a possibilidade dos homens terem a guarda dos filhos e a guarda compartilhada, para citar alguns.
Hoje ser pai implica em múltiplas funções, são cuidadores, acompanham de perto o desenvolvimento dos filhos , trocam fraldas, vão a reunião da escola e vivem junto cada mudança dos filhos.
Questões relativas a este novo papel foram se fazendo presentes para os homens:
Como lidar com os filhos pequenos, adolescentes e jovens adultos?
Que arranjos precisaram que ser feitos para tornar a vida de todos possível?


Uma homenagem aos pais separados, que, muitas vezes, se viram alijados do cotidiano de seus filhos e lutaram para poder vê-los crescer.
Uma homenagem, também, a todos aqueles homens corajosos que participam dos nossos grupos, compartilhando experiências, dores, aprendizados, sabedorias, sofrimentos e que nos mostram a cada dia sua capacidade de excercer, com ternura e sensibilidade, como ser pai hoje.


A todos os pais!