quarta-feira, 20 de abril de 2011

Livro novo na praça


Lançado no final de 2010, o livro de Analicia traz uma visão crítica da chamada Síndrome da Alienação Parental, levando a reflexões importantes sobre o conceito, evitando as simplificações e caminhos fáceis para abordar o tema. Recomendo.

sábado, 16 de abril de 2011

Conexões


Tenho trabalhado muito, tanto na clínica como na pesquisa com os desdobramentos cotidianos das separações e divórcios. O que quer dizer isso? Quando começamos a trabalhar, eu e a equipe, nos grupos com pessoas que se separaram, observamos que em geral todos, os participantes dos grupos, nós, a mídia, os livros de auto-ajuda, etc.focalizávamos nos aspectos mais amplos e mais abstratos das separações. No rompimento da relação amorosa, nas questões morais, sociais, etc. Mas, essas questões aparecem no dia a dia de nossas vidas. E, os depoimentos que ouvíamos, nossas próprias experiências nos levavam a conversar cada vez mais sobre "detalhes tão pequenos" de todos nós, detalhes cotidianos. Mas, que não se pense que são detalhes, no sentido que a palavra pode ter de "sem importância". São manifestações às vezes quase invisíveis de todas as grandes coisas que vivemos em uma separação. Um cheiro pode evocar lembranças (todos sabemos disso), assim como pode ser perturbador mudar o itinerário de volta para casa.
Quando um casal se separa, inúmeras rotinas, implícitas na vida de toda a família ficam em questão e, durante muito tempo, estarão. Serão meses, anos às vezes, de fazer pela primeira vez alguma coisa. Sempre me move ou co-move pensar do "day-after". Aquele primeiro dia em que a rotina está diferente. Quem leva as crianças à escola? Não tem competição no banheiro... Não acho nem o interruptor nessa nova casa!
Claro, essas situações não são exclusivas de divórcios, são expressões de mudanças.
E mudanças são sempre carregadas de perdas e ganhos. Nem todas são planejadas ou desejadas.
O foco no cotidiano tem me permitido estabelecer conversas produtivas com as pessoas. E, cada vez mais entendo que cada momento, movimento em nosso dia, expressa conexões. Não estamos falando apenas de um fato, mas do que ele implica e significa no contexto de nossa vida. Estamos falando de conexões. Mudanças implicam em conectar-se de formas diferentes e desconectarmo-nos de relações em que antes estávamos confortavelmente ou não conectados. Conexão tem a ver com pertinência. Pertinência tem a ver com identidade.
Bom fim de semana para todos!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Quem é vivo sempre aparece...


Olá a todos!
Depois de longuíssimo sumiço, estou aqui de volta. Os últimos meses foram de muito trabalho no doutorado, daí não estar mais presente. Porém, não porque o trabalho diminuiu, pelo contrário, mas porque a saudade aumentou, estou tentando dar um jeito e voltar a escrever e compartilhar alguns pensamentos com vocês.
Como estou estudando em meu doutorado o tema do divórcio e seus desdobramentos na família, continuo sempre atenta às novidades e próxima ao tema do blog. O que falta mesmo é tempo e disciplina para voltar a escrever.
No último ano, muitas novidades aconteceram em relação ao divórcio. Novas leis foram aprovadas como a do divórcio direto, que extingue a separação judicial e a lei da alienação parental. Nenhuma delas foi aprovada e está sendo aplicada sem muito debate. Não há consenso fácil para nenhuma dessas leis, assim como não há consenso fácil para nada que se refira à separação. Sempre temos opiniões diametralmente opostas que trazem valores sociais e relacionais diferentes. Aos poucos (isso foi só um breve começo), espero poder discutir as principais mudanças que vem ocorrendo e saber da opinião de todos sobre elas.
Por agora é só, me despeço com a boa sensação de, pelo menos estar tentando voltar...
Abraços e beijos a todos e até breve!!!