domingo, 26 de junho de 2011

novidades no blog

Caros leitores,

Agora você tem no blog um local, à direita das postagens com uma lista de filmes e livros interessantes sobre os temas do blog. Se você conhece algum filme, livro, peça de teatro, blog, site, ou qualquer outro meio que possa promover reflexões ou trazer informações para nós, não  se acanhe!
Envie para nós e acrescentaremos à lista.
Nossa lista está em permanente construção. 
                                                      Boa semana para todos!

DOIS LADOS DE UMA MESMA MOEDA


Lendo o último post da Rosana, comecei a pensar no significado da dor, da tristeza nos nossos tempos. No medo dos pais de causar qualquer tipo de desconforto aos filhos. Por que será?
Este pensamento me levou a uma triste conversa que tive com uma amiga, que tinha perdido um filho recentemente, me dizendo que mostrar a dor é feio, que as pessoas a sua volta queriam que ela reagisse a perda ...Talvez, nem tivessem a consciência que estavam com medo de sofrer também.

O certo é que vivemos numa sociedade que não acalenta aqueles que estão tristes, os que estão sofrendo: por favor, fiquem de longe, como se tratava os leprosos antigamente, pode ser uma doença contagiosa!

Mas a dor física e emocional fazem parte da vida, da condição humana .E como!

A dor do parto, por exemplo, está ligada a dor da separação. O bebê é parte da mãe. A dor do parto leva a mulher a uma separação necessária, para o bebê nascer. É interessante que a dor do parto muito se assemelha a dor de uma separação. Tem um rítmo, num momento é um contração forte, depois tem um pequeno intervalo, para voltar com intensidade. Como se fosse o tempo instável da dor da separação emocional.

No entanto, a dor deve ser vista como um elemento de transformação pessoal. No parto quando se chega a uma dor limite, o corpo reage e se ganha mais uma vida. Nas relações humanas o mesmo pode acontecer, a dor chega a um limite, que vai ajudar na reconstrução de um novo ser. Este momento de crise pode levar a grandes transformações, como o surgimento da coragem para enfrentar situações difíceis, a capacidade de superação, com um natural aumento da auto-estima. Existem estudos que comprovam, que a maioria dos filhos de pais separados tem uma maior autonomia de vida.

Os pais que não querem fragilizar mais seus filhos, no momento de falar da separação, disfarçam a própria dor, sentem como se separar fosse um fracasso pessoal e não uma busca de melhor qualidade de vida. Afinal de contas, teriam que tudo fazer para evitar que os filhos sofressem, não sentissem dor...Se eu chorar em quem meus filhos vão se apoiar? E se mostrar meu sofrimento, como vão se sentir? Preciso ser forte para proteger meus filhos. Quanta energia desperdiçada...

Querem poupar os filhos de dores que a sociedade não dá conta e que fazem parte da natureza humana.

Mas, naquele momento, não podem ainda perceber que tudo na vida tem dois lados.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Mitos sobre divórcio - parte 1

Há algum tempo venho pensando sobre algumas coisas que, como em muitas narrativas, se naturalizam, tornam-se quase invisíveis e, por isso, não paramos para pensar nelas. Nesse momento, é a isso que chamo mitos. Não aquele mito filosófico, histórico, mas algo que vai se tornando uma narrativa repetida e que muitas vezes repetimos sem nos darmos conta do impacto e da dimensão que tem o que estamos falando. Muitas vezes ouvi no consultório, de pessoas amigas, em filmes, etc. estórias sobre aquele difícil momento em que se conta sobre a separação para os filhos. Não importa a idade, sempre é um momento doloroso para todos. Como pais, todos queremos proteger nossos filhos do sofrimento, poupá-los dos efeitos de decisões que os afetam tão diretamente, mas sobre as quais não tem nenhuma ingerência. Talvez por isso, seja lugar comum dizer aos filhos algo como: "Papai e mamãe não vão mais morar juntos, não estaremos mais casados, mas não se preocupem, continuaremos amando vocês como sempre. Nada vai mudar, vocês estarão sempre com o papai e com a mamãe. Terão um quarto em cada casa e, etc.etc.etc."
Nossa angústia, sofrimento, e nosso amor pelos filhos, transforma a perspectiva do divórcio em uma fantasia de que a única coisa que vai acontecer é uma mudança de casa. A frase "nada vai mudar" fica martelando na minha cabeça. Como assim nada vai mudar? Como assim, as coisas serão iguais. Para o filho, tudo vai mudar! Claro, sabemos que aqueles pais continuarão amando seus filhos como sempre. Continuarão desejando todas as boas coisas para eles, principalmente que eles não sofram. Isso é o que não vai mudar. Mas, muitas outras coisas vão mudar. Mesmo nos divórcios mais tranquilos, menos conflituosos e que realmente trazem benefícios a médio prazo para as famílias, a curto prazo todos tem que lidar com mudanças. E, mudanças são difíceis, mesmo quando são boas. Quem já não mudou de casa para uma casa melhor, maior, mais bonita que sempre sonhou? E, quem, mesmo nessa mudança tão desejada já não ficou nervoso, estressado, sem rumo, tropeçando em caixas e sentindo-se desorganizado porque não lembra onde colocou os livros de trabalho, o material da escola, a roupa para sair no dia seguinte?
Em uma separação, estaremos mudando isso e muito mais. Cada um pode pensar no seu divórcio e avaliar quantas coisas mudaram desde aquele dia. Aliás, sem o divórcio também, a vida só faz mudar. Mas, uma decisão dessa monta, traz alguns processos que tornam tudo instável de uma maneira mais aguda.
Por que temos tanto medo de conversar assim com nossos filhos? Uma cena marcou-me muito e acho que me ajudou a construir outra perspectiva sobre isso. Quando me separei do pai dos meus filhos, eles eram muito pequenos e eu e ele conversamos, acho eu, a conversa padrão: "Tudo estará aqui, quando você quiser estará com seu pai, etc.etc. etc." A tentativa de garantir que vamos continuar fazendo o possível para que eles não sofram.  Um dos meus filhos anos depois, não sei precisar quantos, me diz em uma conversa sobre a separação que, naquele dia, só lembra de que "só ele sofreu". Na sua narrativa, nem eu nem o pai dele "estávamos muito aí para a separação". Fiquei tão perturbada, mas ao mesmo tempo curiosa com tal afirmação. Tão distante da minha experiência e da do pai dele também. Continuei a conversa, tentando entender como ele havia construído tal ideia. E, chegamos ao cenário em que ele lembrava que ninguém além dele havia chorado. Apenas ele. Portanto, para ele, só ele havia sofrido. Essa conversa me fez pensar durante muito tempo. Não me lembro de  ter chorado ou não, mas lembro da dor ao falar com eles. E, talvez, tenhamos feito mesmo um esforço para não chorar, os adultos, para tornar as coisas mais possíveis para nós e para as crianças. Mas, hoje penso que talvez uma boa conversa sobre separação com os filhos deva incluir a dor. Talvez dizer que vai ser difícil, que muitas coisas vão mudar, para melhor e talvez algumas para pior. Que todos precisarão se esforçar para se adaptar à nova vida e que com certeza tentarão fazer o melhor para que as coisas dêem certo. Talvez, possamos falar que, se estamos fazendo tanto movimento, é porque achamos que vale a pena, mas que em algumas horas vai ser difícil para todos e que eles podem contar com seus pais para estar ao lado deles nos momentos difíceis e nos bons. E que, mesmo as coisas mudando, e eles nem sempre gostando das mudanças, seus pais estarão sempre dispostos a garantir que possam conversar e ser ouvidos. Além, é claro, da garantia do amor , apesar de uma forma diferente de convivência. Talvez uma tentativa de temer menos a dor e incluí-la. Acredito que isso possa nos aproximar de nós mesmos e um dos outros. Podermos expressar nossa vulnerabilidade de uma forma verdadeira possa manter e/ou criar conexões entre pais e filhos, irmãos, etc. Se não tememos, talvez seja por ter a confiança de que temos recursos para lidar com o contínuo fluxo de mudanças da vida.
Enfim, são meus pensamentos sobre o tal mito do "nada vai mudar"...
Bom feriado a todos!

P.S: A foto é do filme A Lula e a Baleia sobre o qual podemos falar em outro post.

sábado, 11 de junho de 2011

Campanha: "Namore uma mãe solteira"

Eu tinha pensado vários assuntos para um post essa semana. Atá anotei alguns. Porém, navegando por alguns blogs encontrei essa campanha em um artigo da revista TPM (link abaixo).

CAMPANHA: NAMORE UMA MÃE SOLTEIRA
Há alguns anos, um grupo de amigas divorciadas e solteiras, todas já mães, comentava, entre uma risada e outra, como os homens são tontos por não enxergar as vantagens de se relacionar com mulheres que já têm filhos.

Como algumas delas eram blogueiras, surgiu a ideia de fazer uma campanha na internet para mostrar aos rapazes alguns bons motivos para fazer essa escolha. Foi assim que surgiu, lá nos idos de 2005, a bem-humorada campanha “Namore uma mãe solteira”, que até hoje circula por aí em blogs e outras redes sociais.

Para quem ainda não conhece, as diretrizes básicas dessa campanha são as seguintes:

1. Mães solteiras não têm pressa de casar, porque já têm filho.

2. Mães solteiras não têm pressa de ter filho, porque já têm filho.

3. Mães solteiras não têm tempo de grudar no seu pé, porque já têm filho.

4. Se você quiser ter um filho, tudo bem, porque a mãe solteira já tem filho.

5. Se você não quiser ter filho, tudo bem também, porque a mãe solteira já tem filho.

Ou seja: mães solteiras são um ótimo partido, como já sabia muito bem o personagem do Hugh Grant em Um Grande Garoto (2002), lembram? Aquele que frequentava reuniões de pais – mesmo sem ter filhos – só pra conhecer mães solteiras.

Já que junho é mês dos namorados, aproveitamos este espaço pra reforçar nosso apoio a essa campanha, que começou com um grupo de amigas muito queridas (aliás, muitas delas hoje não estão mais solteiras – sinal de que a campanha funcionou mesmo). Afinal, namorar é tudo de bom e as mães também gostam!

Com humor as amigas da campanha, querendo ou não, tornam mais evidentes vários pré-conceitos sobre relacionamentos entre homens e mulheres. Mas, vou ficar hoje, véspera do dia dos namorados só com o humor da "campanha" e com as possibilidades autênticas de amor. Outro dia a gente fala mais sobre os assunto.


http://revistatpm.uol.com.br/revista/110/badulaque/campanha-namore-uma-mae-solteira.html

quinta-feira, 9 de junho de 2011

UMA QUESTÃO...

Como Rosana disse, quem é vivo sempre aparece e aqui estou eu de novo.

Antigamente se usava uma expressão que só se conhecia mesmo uma pessoa depois de casada com ela. Hoje talvez se possa dizer, que se conhece realmente uma pessoa quando se tem acesso a seu computador.

Maria e João viviam um casamento de sonho, amorosos, bem sucedidos profissionalmente, dois filhos lindos. E assim a vida corria feliz.
Como a vida não é um conto de fadas, um belo dia Maria foi usar o computador de João e descobriu e-mails de João para uma mulher e desta para ele, com declarações mútuas de amor. Neste momento o mundo de Maria ruiu, nunca suspeitou que pudesse viver o pesadelo que estava vivendo.
Pediu explicações para João, que não conseguindo negar as evidências, disse que era um passatempo, uma brincadeira sem maiores conseqüências. Contou que jamais tinha se encontrado com aquela mulher.

Não quero aqui avaliar o comportamento individual de João, nem é uma questão específica de genero, mas o uso que se pode fazer da internet . O caso de João e Maria está se tornando cada vez mais comum. Neste exato momento milhares de pessoas estão na rede em conversas ingênuas e outras nem tanto, um pouco mais apimentadas. Tornou-se um passatempo da moda e um comportamento socialmente aceito. Tudo bem, desenvolver redes sociais é uma atitude legal para trocas. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é....A questão é a inconseqüência com que se trata alguns relacionamentos nascidos na rede, como se fossem uma brincadeirinha, começo e acabo quando quiser. Será? Será assim tão inócuo? Tais relacionamentos são caracterizados como algo efêmero, descartável. Será? A maioria das pessoas não acha que relacionamentos amorosos virtuais possam ser traição, são escapadelas inconseqüentes, na grande percentagem dos casos.

A questão que se coloca é : traição virtual é uma traição ?

A propósito o casamento de Maria e João não resistiu a esta vivência. Mas há relatos de outros relacionamentos que sobreviveram.

sábado, 4 de junho de 2011

E vem aí o Dia dos Namorados...


E vem aí o Dia dos Namorados. Quem tem namorado(a) se sente uma pessoa normal, que tem o que comemorar no dia. Quem não tem, fica pensando o que tem de errado para que o mundo inteiro esteja feliz com seu par, menos "eu". Pois é... Mas vamos pensar no que significa namorar para um casal que já esteve casado antes. Em primeiro lugar, a esperança. Agora sim, vamos viver alguma coisa boa. E, como é bom namorar... Sentir-se amado, querido. Alguém para contar, carinho, enfim, tudo aquilo que é gostoso no namoro. Dormir abraçado, companhia para os bons e maus momentos. Romance... Tudo o que todo mundo quer. Mas, vamos voltar ao nosso casal imaginário. Ela, dois filhos pequenos, ele duas adolescentes. Fim de semana. É necessário muito mais que romance para levar o namoro adiante. Ciúmes dos filhos, normal. Cansaço dos pais, nenhuma disposição para uma noite romântica depois que toda a prole dorme, normal. Ex-parceiros interferindo, normal. Então preparem-se: namorar depois de um divórcio não é mais aquele namoro de antes. Há muito mais coisas a lidar do que aquele romance... Porém, com tudo isso e um pouco de sabedoria, temos muito o que comemorar... Uma boa parceria. Um(a) companheiro(a) legal. Um namoro que tem muitos componentes, mas que depende de nós fazermos um bom tempero de todas os ingredientes. Leveza, humor e boa vontade, fazem uma mistura ótima para aqueles dias em que a cama está mais povoada do que gostaríamos ou que nossa festa acaba porque temos que buscar a filha do namorado na festa dela. Mas, continua valendo a comemoração de todos os que não desistem do amor, do carinho e da ideia de que uma parceria é valiosa na vida. Para aqueles que não tem esse ano um(a) namorado(a): vale olhar em volta ou para si mesmo e pensar o que temos para comemorar - boas amizades, paz, filhos, família, a vida, esperança, superação, enfim, cabe a nós descobrirmos o que temos para comemorar. Eu acredito que sempre podemos encontrar algo que merece comemoração em nossas vidas.