quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Começou o ano e com ele, embora seja apenas uma convenção de calendário, nossas esperanças se renovam. Acho interessante, como podemos conjuntamente criar essa energia, a da decisão sobre nosso futuro. Claro, que com o tempo aprendemos que não adianta só desejar, ficar esperando que as coisas aconteçam. Mas, ao desejar, podemos também delimitar focos, imaginar cursos de ação. Investigar nossas possibilidades, obstáculos no caminho. Claro, também aprendemos que não adianta o melhor planejamento, algo sempre vai ser diferente, para o bem e para o mal.
Nesses dias pensamos: esse ano eu vou... me casar, me separar, viajar, ter mais tempo pra mim, ganhar mais dinheiro, dar mais atenção aos meus filhos, etc. etc. e tal.
Todos os anos são cheios de coisas boas e ruins. Alguns tendem mais para um lado do que para outro, mas a maioria, ao final, são anos em que a vida foi exatamente como ela é, cheia de boas notícias, de notícias não tão boas. Com dilemas e desafios, com pequenos milagres e pequenas decisões que fizeram grandes diferenças ou, ao contrário, grandes decisões que fizeram pequenas diferenças.
As separações, costumam fazer grandes diferenças. Mas, também são como a vida, tem muitas coisas difíceis para lidar, montes de aprendizagens à frente, muitas descobertas e novidades, ora agradáveis ora desagradáveis. Muitas pequenas e grandes decisões. Muitos desafios, alguns excitantes outros apavorantes! Mas, como a vida, as separações encontram um lugar em nossa história, ou melhor, cabe a nós encontrarmos um lugar para elas em nossa história.
Pensei hoje nas pessoas para as quais esse ano vai ser o primeiro de uma vida pós-separação, nas outras que estão maturando essa decisão há tempos e ela vai se concretizar esse ano. Em outras ainda, para as quais as separações serão um susto no ano que se inicia.
Para todas eu desejo um ano em que possam ficar tristes por um tempo, se isso for necessário. Se alegrar pelo mesmo tempo, pelo menos, porque isso é muito necessário. Desejo também que não percam de vista que nossas dores nos ensinam e que vêm e vão. Se pudermos pensar na maioria das coisas que nos faziam sofrer há 10 anos atrás, veremos que, possivelmente, a maioria não está mais presente em nós como dor, talvez, apenas como lembrança. Não importa quão agudas foram.
Desejo também que tenham coragem e esperança para trilhar seus caminhos e que nunca percam de vista que boa parte do caminho é feita por nós, portanto, podemos cuidar de nossas escolhas ao trilhá-lo. Cada escolha vai abrir novos caminhos e fechar outros. Nunca poderemos saber exatamente quais se abrem, quais se fecham, mas podemos ter alguns vislumbres. Uma vez um terapeuta, grande mestre para mim, disse: se você sabe o que não fazer, já é um grande passo. Sempre penso nisso. Se, pelo menos, eu sei claramente o que não quero, já ajuda muito. Então, desejo clareza uma boa parte do tempo, mas não todo, porque {as vezes na neblina, em uma certa confusão conseguimos inovar.
Desejo  movimento, porque acredito que movimento é vida e vice-versa e que, se tentamos não nos mover, nos seguramos a ideias, vidas, pessoas, adoecemos. Como dizem os budistas, o desapego é fundamental. Como eu digo, se por milênios tradições diversas vem investindo em maneiras de praticar o desapego é porque é difícil demais! Mas, desejo que todos possamos ao menos lembrar que é difícil e tentar alcançar um pouco mais no caminho.
Enfim, ao fim e ao cabo, desejo que todos possamos simplesmente viver um bom ano e que ao final dele possamos dizer que valeu, que aprendemos e que estamos inteiros, e prontos para continuar!
Tim tim!



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